Resumo do livro "A Startup Enxuta"
- Júnior Beltrão
- Nov 3, 2013
- 4 min read
Updated: Mar 19, 2022
Como os empreendedores utilizam a inovação contínua para criar empresas extremamente bem-sucedidas(?)
Na vanguarda do empreendedorismo do século 21, Eric Ries criou uma abordagem revolucionária para a administração, que gerou um movimento que está transformando a maneira como os novos produtos são criados, desenvolvidos e lançados. Esses princípios se aplicam a todos aqueles que procuram construir produtos verdadeiramente novos sem desperdício, que podem ser utilizados tanto por startups quanto por inovadores presentes nas grandes empresas.
Ries, que é empreendedor residente na Harvard Business School, também define desperdício como "toda atividade que não contribui para se aprender a respeito dos clientes". Trazendo histórias da vida real e lições aprendidas de algumas das empresas mais dinâmicas da atualidade, o autor descreve um plano para que cada um possa executar os princípios fundamentais da startup enxuta em qualquer projeto.

A origem
O conceito de startup enxuta (ou lean startup, em inglês) começa com a história de um empreendedor chamado Eric Ries.
Quando jovem, ele foi um dos responsáveis pela fundação de um fórum online chamado Catalyst Recruiting, em que universitários poderiam entrar em contato com futuros gestores em busca de oportunidades profissionais.
Além disso, Ries também prestava consultoria para duas incubadoras de startup e um fundo de capital de risco, e largou os estudos para apostar tempo e recursos na Catalyst.
Infelizmente, em função de fatores como a sua inexperiência e pela economia da época, a Catalyst acabou fechando suas portas. Era o final da década de 1990 e a bolha das empresas pontocom estava a ponto de estourar.
Diversos empreendimentos ligados à internet faliram nessa saturação do mercado, e não foi diferente com a empresa do jovem Eric Ries. Após essa experiência, ele passou a atuar no Vale do Silício em empresas de tecnologia, inicialmente como engenheiro de software.
Um destaque positivo dessa jornada foi com a rede IMVU, na qual atuou como CEO em 2008.
Entre o fracasso da Catalyst e o sucesso da IMVU, Eric Ries obteve a base para desenvolver uma metodologia para que as startups conquistassem sucesso baseado em seus princípios de administração. Nascia, assim, o conceito da startup enxuta.
"Reading is good, action is better."
Não existe um plano de negócios perfeito
Convencionalmente, um dos primeiros – se não o primeiro – processo realizado em toda empresa é a criação do plano de negócios.
Ele é um documento que descreve com o máximo de detalhe possível a oportunidade identificada, o problema que o empreendimento visa resolver e qual é a solução que sua empresa propõe, além de projetar receita, lucro e fluxo de caixa nos anos seguintes.
Esse plano de negócios, então, é apresentado a investidores e começam a ser captados recursos humanos e financeiros pra que possa ser realizada a produção e o lançamento do produto ou serviço pensado para o mercado.
Como dito no começo desse artigo, é necessário conhecer regras para quebrá-las – e o movimento de startup enxuta de Eric Ries mostra justamente isso. Ele aponta três questões que uma startup enfrenta e que precisa vencer ao fazer um plano de negócios e captar investimentos:
Pouco ou nenhum contato com o consumidor -Muitas empresas acabam não sobrevivendo ao primeiro contato com o seu potencial público ao lançar sua ideia no mercado.
Projeções não correspondem à realidade – Não há dados concretos que possam afirmar que aquela projeção de 5 anos no plano de negócios é confiável.
Startups não são como empresas tradicionais – Um plano de negócios amplo e rígido raramente se encaixa com o ambiente de negócios dinâmico e mutável desse modelo de empresa. Startups de sucesso migram de ideia em ideia, aprendendo com seus clientes e melhorando o produto.
Esse último ponto é crucial para o conceito de startup enxuta. Enquanto empresas tradicionais executam um plano de negócios de longo prazo, as startups ainda estão procurando por um.
Na filosofia da startup enxuta, é preciso ter o conhecimento de que tudo que os donos do negócio têm no começo são hipóteses, que precisam ser testadas e resumidas. Por meio de um diagrama chamado Canvas, podemos organizar os pontos que realmente importam para o negócio e começar a compreender melhor como colocar essas hipóteses em teste.
Um MVP é necessário
O produto mínimo viável (ou MVP – Minimum Viable Product) é a criação resultante do teste das hipóteses. Esse teste é feito diretamente com o consumidor, sendo, essencialmente, um desenvolvimento com clientes (ou customer development).
Nessa etapa, a empresa coletará opiniões sobre todos os elementos do modelo de negócios, produto, características e estratégias.
O produto mínimo viável é desenvolvido em conjunto com um grupo de clientes selecionado. Ele não corresponde ao produto final, mas é produzido de forma ágil e econômica com tudo que necessita para ser considerado um produto completo e que poderia ser lançado.
Desenvolver um produto mínimo viável exige que a empresa já possa formular hipóteses sobre o público consumidor e a proposta de valor do produto que pretende lançar.
A partir do feedback obtido, é possível realizar ajustes não apenas em como o produto final será, mas também em como o modelo de negócio vai ser direcionado.
Um engano comum ao aplicar o conceito de startup enxuta é o desequilíbrio ao criar um produto mínimo viável – equilibrar o mínimo dos recursos investidos na criação e o máximo de viabilidade é necessário para que ele possa ser um bom indicador do sucesso do lançamento do produto final da sua empresa.
Na metodologia de startup enxuta, o empreendedor encontra recursos para reduzir desperdícios, otimizar seus ativos e obter uma interação mais próxima e produtiva com seu cliente, que ajuda a empresa a testar e a validar suas hipóteses e a melhorar seus processos produtivos – tudo isso, antes mesmo de lançar o seu produto.
É sempre melhor errar no papel do que diretamente no mercado.
Sobre o autor: Eric Ries (nascido em 1979) é um empreendedor do Vale do Silício e autor, reconhecido por ser o criador do movimento Lean Startup, uma nova estratégia de modelo de negócios que direciona as companhias startups a alocar seus recursos de forma mais eficiente. Ele também é um conhecido blogger entre a comunidade de empreendedores tecnológicos.
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